Saudações

Saudações cooperado! Hoje é

CLÍNICA DO LEITE

Acesse a Clínica do Leite para ficar por dentro das análises do leite.
http://www.clinicadoleite.com.br/

Área de atuação

Clínica do Leite é um setor do Departamento de Zootecnia da Escola Superior de Agricultura 'Luiz de Queiroz" da Universidade de São Paulo, localizada em Piracicaba - SP.

Ela foi criada em 1996 a partir do projeto "Programa Integrado de Melhoramento da Produção e da Qualidade do Leite". Os recursos financeiros para este projeto foram provenientes da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) / Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (ESALQ) / Instituto de Zootecnia da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Estado de São Paulo / Associação Brasileira de Criadores / Empresas Processadoras de Leite (Nestlé, Danone, Coonai, Aplec, etc.) e de produtores de leite.

O objetivo da Clínica do Leite é auxiliar a indústria e os produtores a aumentarem a eficiência econômica e a qualidade do leite através da identificação de áreas de oportunidade zootécnica nas fazendas e da avaliação da qualidade do leite para as indústrias. 

Os trabalhos desenvolvidos na Clínica são:

1 - Análise do leite de tanques e de vacas;

2 - Desenvolvimento de ferramentas gerenciais (softwares);

3 - Treinamento de pessoas tanto para pesquisa e ensino como para extensão;

4 - Desenvolvimento de novas metodologias de avaliação da qualidade do leite;

5 - Desenvolvimento de pesquisas para aumentar a eficiência de produção e da qualidade do leite. 

O laboratório pode, também, ser utilizado para análises de leite proveniente de animais envolvidos em pesquisas desenvolvidas por outros pesquisadores e o banco de dados para obtenção de informações complementares ou como fonte de dados para outras pesquisas, caracterizando o projeto como multiusuário e multidisciplinar. 

Em função destas atividades a Clínica é credenciada junto ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento como um dos laboratórios integrantes da Rede Brasileira de Laboratórios de Análise da Qualidade do Leite - RBQL.




A parceria Cooperbom/ Clínica do Leite

A Cooperbom mantem a parceria com a clínica do leite para a análise de todo o leite recebido, expedido em suas plataformas, adequando-se a IN 62 e certificando-se da qualidade do leite de seus fornecedores.

O leite do produtor Cooperbom, através de amostras coletadas diretamente na fazenda, realizadas por agentes treinados e armazenadas em recipientes adequados ao processo de análise, é enviado ao laboratório da Clínica do Leite em Piracicaba, São Paulo.

O procedimento adotado pela cooperativa é isento de fraudes e norteia o pagamento por qualidade da produção e cria mecanismos de rastreabilidade no processo de fornecimento de leite às indústrias.

Além das análises realizadas na Clínica do Leite, a Cooperbom mantem um laboratório interno, moderno e com técnicos capacitados para pesquisas diárias de contaminantes do leite e indicadores de qualidade.

As análises feitas nos laboratórios da cooperativa são:
- Acidez Dornic
- Densidade 
- Matéria Gorda 
- ESD (Extrato Seco Desengordurado)
- Crioscopia

Pesquisa de Indicadores de Fraudes: 

- Pesquisa de Amido
- Pesquisa de Cloro
- Pesquisa de Etanol
- Pesquisa de Sacarose
- Pesquisa de Cloretos
- Pesquisa de Antibióticos

Fotos do laboratório da Cooperbom, dos equipamentos de análise e plataforma.

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Entendendo o trabalho de um laboratório de monitoramento da qualidade do leite.


Por Laerte Dagher Cassoli

Em reunião com um grupo de técnicos e produtores que estavam visitando a Clínica do Leite, pude responder a uma séria de perguntas sobre o funcionamento do laboratório e como são obtidos os resultados. Percebi que muitos dos nossos usuários não conhecem de fato todo o trabalho que é realizado, desde o envio o material de coleta, passando pelo recebimento das amostras, realização das análises e, por fim, a disponibilização da informação (relatórios). Já recebemos nos últimos anos vários grupos de visitantes que puderam ver de perto todo este processo, mas certamente existe uma grande maioria que ainda não teve esta oportunidade. Pensando nisso, resolvemos apresentar neste artigo algumas etapas importantes de todo o processo, afinal é a partir dos resultados que o produtor, técnico, indústria e governo realizam as suas ações. Desejo a todos uma excelente leitura.

O primeiro contato 

O primeiro contato, seja do produtor ou de uma indústria é feito com um setor específico e focado no atendimento aos usuários e que chamamos de Central de Relacionamento. A equipe deste setor presta todos os esclarecimentos e orientações aos interessados em realizar uma determinada análise laboratorial. Neste momento, encaminha-se uma série de informações, desde o custo das análises, procedimento de coleta de amostras e cadastro. Uma vez confirmado o interesse em realizar as análises, o usuário é cadastro no Portal Clínica, recebendo um login e uma senha de acesso. A partir de então ele está apto a solicitar os materiais para efetuar a coleta das amostras. Todas as interações realizadas com os usuários (troca de e-mails e ligações telefônicas) ficam registradas em nosso sistema para mantermos um histórico deste relacionamento.

Material de coleta solicitado, entra em campo a equipe de Logística Expedição

Com o login e senha de acesso ao Portal Clínica, o usuário já pode solicitar os materiais de coleta necessários (frascos, etiquetas de código de barras), tudo de forma rápida e simples. No caso de fazendas, o produtor poderá também já deixar agendado o envio automático do material de coleta num determinado dia do mês.

Assim que criada a SM (solicitação de material) ela é analisada pela equipe da Central de Relacionamento e em seguida liberada para a equipe da Logística Expedição, responsável por separar e embalar o material de coleta. Para cada SM criada é estabelecido um prazo máximo para envio e há uma meta de envio de 100% dos pedidos dentro deste prazo. O transporte desta SM até o usuário pode ser feito via Correios ou então através do ClínicaLog (serviço de coleta de amostras que falaremos a seguir).

Figura 1. Após solicitação de material ser criada pelo usuário, equipe inicia o preparo do kit de coleta.

A coleta da amostra

De posse do material de coleta, o usuário realiza a coleta das amostras. No caso do produtor, faz-se a coleta de amostras individuais e, no caso de indústrias, coleta-se amostras de tanques, caminhões e silos. Toda as informações necessárias sobre como realizar a coleta são fornecidas por meio de material impresso (manual) e, no caso de indústrias, oferecemos também treinamentos presenciais de capacitações de agentes de coleta. Como já abordamos em artigos anteriores aqui na Revista Leite Integral, a coleta de amostra é o principal gargalo. Se não tivermos amostras bem coletadas, não teremos resultados de análise confiáveis.


Figura 2. Transportadores após treinamento realizam avaliação de conhecimento para emissão da CHAC (Carteira de Habilitação de Agente de Coleta). Por ano, são treinados mais de 1.600 agentes de coleta.


Figura 3. Carteira de Habilitação de Agente de Coleta (CHAC)


Figura 4. Procedimento de coleta de amostras de tanque. Documento com orientação passo a passo.


É fundamental que todos as recomendações sejam devidamente seguidas para que o laboratório possa realizar as análises de forma rápida e eficiente. Se a amostra não vier identificada corretamente, por exemplo, causará atrasos na liberação dos resultados.

Amostra coletada é hora de enviar para o laboratório

O envio pode ser feito através dos Correios (Sedex) ou então por meio do ClinicaLog, serviço especializado de coleta de amostras em veículos refrigerados.

O ClinicaLog foi criado em 2007 para atender à demanda de algumas indústrias que tinham dificuldades para enviar as amostras refrigeradas até o laboratório. Atualmente, contamos com 7 veículos refrigerados, que percorrem todos os meses mais de 70 mil quilômetros, por 8 estados e 160 municípios. Cerca de 90% das amostras de indústrias são transportadas por estes veículos. No caso de amostras de fazenda, foram criados os Pontos de Apoio, locais (geralmente lojas agropecuárias, cooperativas) onde os produtores podem deixar as amostras numa data programada para que o veículo do ClínicaLog recolha e traga para a Clínica do Leite. Os veículos refrigerados têm sua temperatura monitorada por equipamentos eletrônicos, com aferições a cada 15 minutos. Com esse monitoramento podemos nos certificar que a temperatura durante toda a viagem seja mantida dentro do esperado (abaixo de 10oC).


Figura 5. Veículos refrigerados fazem a coleta das amostras nas indústrias e nos pontos de apoio.


Figura 6. Amostras chegam em 48 horas após coleta até o laboratório

Amostra chegou, entre em ação a equipe da Logística Recepção

Assim que as amostras chegam ao laboratório, a equipe de Logística Recepção já cadastrada o lote no Portal Clínica com as informações de data de coleta, recebimento e temperatura de chegada. São em seguida armazenadas em câmaras frias com temperatura entre 1 e 7ºC aguardando para serem analisadas. Cada câmara fria possui termômetro devidamente calibrado e as temperaturas máxima e mínima são aferidas duas vezes ao dia. Em alguns dias, o laboratório recebe mais de 15 mil amostras, todas manuseadas com muito cuidado.

Existem 3 tipos de amostras:

a) Com conservante bronopol: Para análise de Contagem de Células Somáticas (CCS), Composição, Nitrogênio Ureico, Crioscopia, Escore de Autenticidade
b) Com conservante azidiol: Para análise de Contagem Bacteriana Total (CBT)
c) Sem conservante: Para análise de Resíduo de Antibióticos (ABT)

As amostras provenientes de indústrias, vêm obrigatoriamente identificadas com etiquetas com código de barras e as provenientes de animais são identificadas por meio de uma numeração sequencial anotada na tampa dos frascos.

Cada tipo de amostra é direcionada para uma linha analítica específica.


Figura 7. Amostra para ATB, CCS/Composição e CBT. Amostras de indústria são identificadas com etiquetas com código de barras.


Figura 8. Amostras são recebidas pela equipe de logística e acondicionadas em caixas/grades.


Figura 9. Cada lote é cadastrado no Portal Clínica e, em seguida, armazenado em câmara fria.

O processo analítico

Uma vez liberadas para análise, as amostras são direcionadas para as linhas analíticas específicas. A equipe responsável verifica no Portal Clínica todos os lotes disponíveis e a análise é então iniciada pela ordem cronológica de cadastro das amostras no laboratório.

Todas as análises são realizadas através de equipamentos automatizados, de alta capacidade analítica e alta acurácia de resultados. No caso da análise para CCS e Composição, as amostras são previamente aquecidas em banho-maria a 40ºC e para análise de CBT elas são analisadas ainda refrigeradas, não havendo necessidade de aquecimento prévio.


Figura 10. Amostras para análise de CCS e Composição são aquecidas em banho-maria antes da análise.


Figura 11. Equipamento automatizado de análise de CCS e Composição já realiza a leitura do código de barras o que evita erros na identificação da amostra. A capacidade analítica é de 400 amostras/hora.


Figura 12. Equipamento automatizado de análise de Contagem Bacteriana Total. Também realiza a leitura do código de barras de cada amostra, com capacidade analítica de 150 amostras/hora.


Figura 13. Equipamento para análise de ATB (Resíduo de Antibióticos). A leitura do resultado do teste é feita de forma automatizada e padronizada.


Todos os dias pela manhã, cada equipamento passa por uma checagem minuciosa para garantir que está apto para entrar em operação. Depois, durante o processo de análise, são feitas checagens com amostras controle (que possuem um valor definido para cada parâmetro). A checagem é feita a cada 20 amostras para a análise de CBT e a cada 100 amostras para as análise de Composição e CCS. Sempre após a análise de uma amostra controle, o valor observado é comparado com os limites aceitáveis de variação. Por exemplo, vamos imaginar que esta amostra possua um valor conhecido de 3,50% de gordura. Durante a análise, o valor observado poderá variar em +/- 0,07 unidades, ou seja, de 3,43 a 3,57%. Se o resultado da amostra controle estiver dentro desta faixa esperada, reinicia-se o trabalho com as análises.. Contudo, caso o valor fique fora desta faixa, suspende-se as análises para verificação do funcionamento do equipamento pela equipe técnica. Após solucionado o problema, as análises das amostras anteriores são repetidas.


Figura 14. Amostra controle (USP L2 ALTO) para Contagem Bacteriana Total é analisada a cada 20 amostras.

Além da verificação com as amostras controle, é realizada uma aferição da calibração dos equipamentos que realizam as análises de Composição (gordura, proteína, lactose, caseína, nitrogênico ureico, crioscopia) e CCS com o que chamamos de “material de referência”. São amostras analisadas previamente por laboratórios especializados e que servem de referência para os equipamentos. O material de referência para Composição é proveniente atualmente do Canadá e o de CCS é produzido aqui mesmo no Brasil pelo LANAGRO, de Pedro Leopoldo/MG. Com esta verificação e o ajuste da calibração, garantimos que o equipamento está produzindo resultados acurados e precisos.

Muitas outras ações para garantir a qualidade dos resultados são realizadas como teste de repetibilidade, reprodutibilidade, carry-over e interlaboratorial. Todos estes controles são previstos em normas internacionais publicadas pela IDF (International Dairy Federation) e ISO. O laboratório deve portanto aplicar estes procedimentos dentro do seu sistema de controle e garantia da qualidade.

No caso do teste interlaboratorial, o LANAGRO já o realiza para CCS e sólidos totais. Amostras são preparadas por ele e distribuídas para os laboratórios da RBQL, sem ser informado o resultado que deveria apresentar. Cada laboratório realiza as análises e reporta os resultados para o LANAGRO que faz uma avaliação estatística para verificar se os equipamentos dos laboratórios participantes estão apresentando resultados dentro do esperado.

Resultados prontos, hora de transformá-los em informação

Os equipamentos geram arquivos eletrônicos com os resultados das análises que são então importados pelo Portal Clínica. Esta operação de transferência dos resultados é realizada pela equipe de processamento de dados. No caso de indústrias, o laudo com os resultados é gerado automaticamente, sem qualquer intervenção. No caso das amostras de animais, que não possuem código de barras, é realizada a digitação do brinco ou nome de cada animal.

Após esta etapa de transferência de resultados do equipamento para o Portal Clínica, inicia-se a geração automática de vários relatórios. O primeiro gerado é o “Laudo de análise” que é o documento oficial do laboratório e que possui os resultados das análises em forma de listagem. A partir destes dados também são disponibilizados uma série de relatórios analíticos para as fazendas e também para as indústrias, que servirá como fonte de informações para a tomada de decisão. Contudo, somente com o laudo, não é possível fazer uma avaliação precisa do problema (por exemplo, mastite ou nutrição) e, portanto, definir as ações que devem ser tomadas.


Figura 15. Relatório de Avaliação da Sanidade da Glândula Mamária com indicadores importantes como prevalência de mastite, casos novos e crônicos. Ao todo são mais de 20 relatórios para fazendas e 15 para indústrias.

Todo o acesso aos resultados é feito via Portal Clínica. Além da própria indústria, os seus produtores também podem receber um login de usuário e senha para visualizar os seus resultados.

Ainda foi criado um serviço chamado SMSLab, em que o resultado de qualidade do tanque é transmitido via mensagem de texto diretamente ao celular do produtor. Com isso, assim que a análise e o processamento são finalizados, o produtor já recebe os resultados, possibilitando uma ação mais rápida no caso de problemas com a qualidade do leite.


Fonte: http://www.milkpoint.com.br/mypoint/clinicadoleite/blog.aspx


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