Saudações

Saudações cooperado! Hoje é

QUALIDADE




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Programa Leite Legal - Cooperbom Bom Sucesso

Atendendo as necessidades do mercado de leite, visando adequar os cooperados ao sistema de qualidade exigido pela IN 62 e para melhorar a lucratividade para o produtor, a Cooperbom continua a desenvolver o programa Leite Legal a novos grupos.



Olha uma turma do Leite Legal. Parabéns! 




A interferência do homem na mastite de gado leiteiro

    Enviado em 15/08/2014 às 16:08:35
Causada por bactérias encontradas no ambiente onde vivem gado de leite, a mastite – ou mamite, é uma infecção que atinge a glândula mamária do animal. A contaminação por esta doença pode ocorrer tanto por conta da falta de boas práticas no ambiente, quanto por meio do contato com leite contaminado de outros animais no momento da ordenha.

Dados da EMBRAPA Gado de Leite apontam que, no rebanho brasileiro, a prevalência da doença seja de 20% a 38%, o que representaria uma perda de 12% a 15% da produção. Segundo o professor do Departamento de Zootecnia (LZT) da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ), Paulo Fernando Machado, a doença pode causar alterações visuais no leite, na glândula mamaria e no próprio animal. “A composição química do leite é alterada, o que reflete em suas características organolépticas e consequentemente em seus derivados”, explica.

O docente afirma ainda que a mastite afeta também o tempo de prateleira do produto e de seus derivados e aponta que, para que o Brasil tenha condições de exportar seu leite, é necessária a redução da mastite. “O papel dos pecuaristas e de seus funcionários é essencial nesta questão”, comenta.

Para compreender qual é a interferência do principal agente dentro deste processo – o homem - o colombiano Juan Camilo Esguerra desenvolveu, em sua dissertação de mestrado, realizada no Programa de Pós-graduação em Ciência Animal e Pastagens da ESALQ, com orientação do professor Machado, um trabalho voltado para este tema. “A influência do homem na mastite de gado leiteiro” avaliou por meio de questionários, 68 rebanhos comerciais do sudeste brasileiro, concentrados nos estados de São Paulo e Minas Gerais.

Segundo Esguerra, os rebanhos foram divididos em dois grupos. Um grupo com 34 rebanhos, que incluíam apenas propriedades onde era possível identificar no gado leiteiro baixas Contagens de Células Somáticas (CCS) – menos que 200 mil células por ml de leite, e um grupo com os 34 rebanhos restantes, onde o gado produzia leite com alto índice de CCS – mais do que 700 mil células por ml de leite, o que diagnostica a mastite. “Foram avaliadas as características gerais dos rebanhos, como por exemplo, número de animais em lactação, produção diária do rebanho, raça, entre outros fatores. Porém, o foco da pesquisa foi o ser humano inserido nestes ambientes. Neste caso, avaliamos o pecuarista e o empregado, mais especificamente, o ordenhador”, explica o pesquisador.

Esguerra aponta que a principal fonte de informações para a formulação do questionário, que foi desenvolvido com base na literatura acadêmica, foi o trabalho de Jolanda Jansen, de 2010. “Ela se aproximou do problema da mastite na Holanda, e principalmente do fator humano”.

Segundo o discente, o questionário compreendia 180 questões. “Por meio da aplicação dos questionários, pudemos avaliar o dono da propriedade e o empregado abordando assuntos como, atitude, autoconfiança, nível de pressão social, habilidades e conhecimentos técnicos, dificuldades gerenciais e o comportamento do produtor frente à mastite. Da mesma forma, foi avaliada a situação dos equipamentos disponíveis para o ordenhador, seu nível de competência, motivação, satisfação de suas necessidades e sua postura ante a mastite”.

O homem como fator de maior influência

Em termos gerais, a pesquisa identificou que as fazendas com alta prevalência da doença não se diferem das propriedades com baixa prevalência. “Porém, quando observamos o fator humano, identificamos que os produtores de rebanhos com baixa CCS apresentam uma atitude mais favorável para o controle da doença do que os produtores de rebanhos com altas contagens. Isto evidencia o melhor comportamento frente à doença que estes produtores adotam. Um exemplo de ação positiva seria o descarte de animais doentes com maior frequência, diferente do que foi identificado nos rebanhos de alta prevalência”.

No caso do ordenhador, Esguerra aponta que os resultados foram semelhantes. Os empregados nas propriedades de baixa CCS também demonstraram ações que remetem à postura de seus empregadores, favoráveis ao controle da doença. “Estes ordenhadores aplicam corretamente o desinfetante pós-ordenha e com maior frequência do que os ordenhadores de rebanhos com alta CCS, entre outras ações”. Mas o pesquisador ressalta que este comportamento depende das ferramentas e equipamentos adequados e de uma atitude positiva do ordenhador frente ao trabalho. “Portanto, se o produtor apresenta a atitude correta, o funcionário da fazenda vai apresentar comportamentos favoráveis para o controle da mastite”, afirma. “Se além de não descartar vacas doentes ele não faz a manutenção adequada do equipamento de ordenha o risco da infecção na glândula mamária do animal aumentará”.

Esguerra resume a conclusão do trabalho em relação à interferência do homem e as relações administrativas de uma fazenda pecuarista. “Se o meu chefe não se preocupa com a produção de leite, por que eu me preocuparia?”, e aponta que “não importa quantas máquinas existam na fazenda, se o produtor ou o ordenhador não apresentam a atitude e comportamento corretos tanto em relação aos animais quanto aos equipamentos, as situações de risco da mastite estarão sempre presentes”, comenta o discente. 

Prevenção

Segundo o professor Paulo Fernando Machado, não há como erradicar a doença, mas é possível controlá-la. “Para isso, dispomos de metodologia capaz de atingir este resultado. O MASP-Mastite – Método de Análise e Solução de Problemas de Mastite, desenvolvido na Clínica do Leite da ESALQ, é composto por procedimentos operacionais, ferramentas e capacitações de técnicos para identificar a doença, bem como suas principais causas nos confinamentos de gado leiteiro”, comenta o professor.

Por outro lado, o pesquisador colombiano indica que, posteriormente, possa ser desenvolvido um questionário que sirva como ferramenta para o diagnóstico da mastite nos rebanhos. “Porém, este primeiro material tinha o propósito de explorar a situação destas variáveis e constituir a base para futuros trabalhos que permitirão sua depuração”, conclui.

Texto: Lucas Jacinto

Estagiário de Jornalismo

15/08/2014




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Saiu na Revista DBO - Mundo do Leite
› Capacitação 
Simplicidade - o segredo da qualidade do leite
Parceria entre o Senar e empresa neozelandesa promove práticas acessíveis aos produtores rurais para que eles atinjam as metas exigidas pela IN 62.


Por Fernanda Yoneya

Uma parceria firmada entre o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) de Minas Gerais e uma empresa da Nova Zelândia tem ajudado no treinamento e na capacitação de produtores de leite e laticínios do Estado dentro dos padrões de qualidade exigidos pela Instrução Normativa 62, que substituiu a IN a 51, de 2005, cuja meta inicial previa a adoção de parâmetros de qualidade para o leite - Contagem de Células Somáticas (CCS) e Contagem Bacteriana Total (CBT) - até 2011. De acordo com a IN 51, era permitido o nível máximo de 1 milhão de células somáticas e de unidades formadoras de colônia (UFC) por mililitro de leite. O objetivo era que tais índices fossem reduzidos gradualmente e, até 2011, deveriam ser de 400.000 células somáticas por mililitro de leite e de 100.000 UFC por mililitro. Diante das dificuldades de alcançar os resultados esperados nesse espaço de tempo - considerado curto pelos produtores -, foi criada a IN 62, que prorrogou o prazo para 2016, para as Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, e 2017, para as Regiões Norte e Nordeste, e propôs uma redução dos índices de células somáticas e de UFC mais paulatina.

A parceria do Senar Minas com a Quality Consultants of New Zealand (QCONZ) América Latina está inserida no programa nacional Leite Legal, lançado no ano passado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e pelo Senar, em parceria com o Sebrae. O programa tem foco justamente na capacitação dos produtores de leite no âmbito da IN 62. Num período de dois anos, o programa prevê a capacitação de 81.000 produtores em todo o País. Num universo de 900.000 produtores comerciais de leite, a meta do programa abarcaria de 10% a 15% desses pecuaristas. Em Minas Gerais o treinamento começou em outubro do ano passado e já passou por cerca de 700 propriedades; a previsão é capacitar 15.000 pecuaristas no Estado ainda este ano, de acordo com a analista técnica do Senar, Marília Saraiva Pereira. "O treinamento prevê o acompanhamento individual para a verificação do aprendizado das boas práticas da produção de leite, a partir de ferramentas simples e métodos que são facilmente aplicados nas fazendas", afirma. Saiba mais. Leia a edição impressa de Mundo do Leite 66

Fonte: http://www.portaldbo.com.br/portal/MundoDoLeite/EDICAO+ATUAL/9380,Simplicidade+o+segredo+da+qualidade+do+leite+.aspx
Revista DBO Edição 66 de abril de 2014
Quem tem a revista pode ver a reportagem na íntegra, para quem não viu ainda, segue abaixo uma amostragem.




Fonte: Revista Mundo do Leite - Abril/Maio de 2014
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Mastite - A mastite é uma das doenças mais comuns nos rebanhos bovinos e pode afetar a qualidade do leite. A enfermidade causa inflamação na glândula mamária do animal, prejudicando a qualidade e a quantidade de leite produzido. A vaca infectada pode deixar de produzir até três litros de leite por dia. Quando o animal apresenta o quadro de mastite clínica, o produtor consegue visualizar alterações no leite, além de inchaços e vermelhidão na glândula mamária. Já na mastite subclínica, o animal não apresenta alterações no leite nem na glândula mamária. Mas sua prevalência é superior e pode se espalhar no rebanho, o que causa prejuízos econômicos ao produtor e compromete a qualidade do leite e a saúde do animal. A mastite subclínica é responsável por aproximadamente 70% das perdas relacionadas a essa doença e diminui a produção de leite em cerca de 45%. O tratamento com antibióticos deve ser feito com auxílio técnico e com responsabilidade, descartando todo o leite do animal em tratamento, para não contaminar o leite entregue a cooperativa. Além disso, é fundamental o emprego de boas prática de higiêne e manejo do rebanho para não haver contaminação. 
Mais informações (www.cppse.embrapa.br)


CBT - 
Ordenha - No Brasil, um grande número de produtores ainda adota a ordenha manual. A contagem bacteriana, um dos fatores que determinam a qualidade do produto, costuma ser bastante alta neste tipo de ordenha. Isto ocorre devido a procedimentos incorretos que levam a uma higiene deficiente tanto dos tetos da vaca e das mãos dos ordenhadores quanto dos utensílios utilizados. Definida como uma tecnologia social ao alcance dos pequenos produtores, o kit Embrapa para ordenha manual higiênica é composto por utensílios simples, associados a uma cartilha contendo orientações técnicas a respeito dos procedimentos. (Nordeste Rural).
Fonte: www.terraviva.com.br

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Minas Leite - Minas Gerais produz quase 9 bilhões de litros de leite por ano. É líder absoluto do mercado nacional, respondendo por 27,4% da produção brasileira. São mais de cinco milhões de animais em lactação e o setor continua registrando crescimento. Nos últimos dez anos, a atividade cresceu 3,5% ao ano. Uma das razões desse crescimento é a assistência no campo. A ajuda vem da Epamig e da Emater, empresas do Governo de Minas que desenvolvem programas como o Minas Leite e o Pro-Genética. O Minas Leite estimula o associativismo e atua agregando valor ao leite de pequenos produtores. Já o Pro-Genética promove o melhoramento genético dos animais. O gado F1, por exemplo, é uma matriz de alto potencial que está conquistando as fazendas mineiras e garantindo melhores rebanhos. (Agência Minas)




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Qualidade, qualidade, qualidade.
Kit Embrapa - As boas práticas na ordenha em sistemas de produção de leite são procedimentos que devem ser repetidos diariamente em ordenhas realizadas pelo produtor rural e ao longo de todo o ano, pois o que se pretende com essa técnica é assegurar a qualidade do leite e contribuir para o aumento de produção. Para o pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros, em Aracaju, Amaury Apolônio, as boas práticas são importantes para todos os produtores rurais, independente do tamanho do seu negócio. Para facilitar as boas práticas a Embrapa desenvolveu o Kit Embrapa de Ordenha Manual, um conjunto de utensílios composto, basicamente, por um balde semiaberto para ordenha manual, uma caneca telada, um balde de plástico para armazenamento de água clorada, uma mangueira de borracha de 5 metros, um filtro pra coar o leite, uma seringa, papel-toalha, além de um banquinho de madeira e um par de luvas de borracha. (www.terraviva.com.br - Selectus 4356)
 
O kit é uma tecnologia social ao alcance dos pequenos produtores. Ele possibilita uma ordenha manual com a mesma qualidade higiênica da obtida na ordenha mecânica.
No Brasil, um grande número de produtores (mais de 80%) retira leite manualmente. A contagem bacteriana, um dos fatores que determinam a qualidade do produto, costuma ser bastante alta neste tipo de ordenha. Isto ocorre devido a procedimentos incorretos que levam a uma higiene deficiente.
Estudos desenvolvidos pela Embrapa mostram que a utilização adequada do kit pode reduzir o índice de contagem bacteriana de 40% a 85%. Exemplo disso são os dados apurados entre um grupo de produtores de Pernambuco: antes da utilização do kit, a contagem bacteriana (amostrada 15 minutos após a ordenha) estava em torno de 820 mil Unidades Formadoras de Colônias de bactérias (UFC) por mililitro de leite. Adotando o kit e os procedimentos corretos de higiene, o índice de UFC caiu para 133 mil/ml no mesmo tempo após a ordenha.
Pesquisadores da Embrapa realizam testes com o kit em sete Estados no Nordeste, Sudeste, Centro-oeste e Sul do país. Para o pesquisador Guilherme Nunes, os estudos comprovam que não é preciso muito investimento financeiro para se obter leite com baixa contagem bacteriológica.
– O kit é um conjunto de utensílios que pode ser adquirido em qualquer parte do país a baixo custo – explica o pesquisador.



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Cooperbom Leite em ação no ano de 2013
Dando continuidade ao Programa de Educação Continuada do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento a COOPERBOM finaliza 2013 com o 1º Work Shop do Leite. Acesse o link abaixo e acompanhe a contribuição do Portal MilkPoint para o evento.
http://www.milkpoint.com.br/cadeia-do-leite/fique-atento/cooperbom-departamento-de-leite-apresenta-1-work-shop-da-qualidade-do-leite-85960n.aspx

Agradecimento ao portal de notícias www.milkpoint.com.br junto ao senhor Marcelo Pereira de Carvalho.




Artigo técnico:

Como garantir forragem de qualidade para os animais

Como são muito importantes para a manutenção do rebanho, entender a formação e as características dos volumosos é fator fundamental para obter excelentes resultados na produção. Acompanhe o artigo no link abaixo.
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LEITE DE QUALIDADE DO PRODUTOR À MESA DO CONSUMIDOR


A qualidade do leite cru, ou in natura, é influenciada por diversas condições, entre as quais destacam-se os fatores associados ao manejo, sanidade do rebanho, alimentação e potencial genético dos rebanhos, e fatores relacionados à higiene na ordenha e armazenagem do leite recém-ordenhado.
Devido a sua grande importância na cadeia alimentar, a qualidade do leite vem sendo cada vez mais exigida pelos diversos setores da indústria alimentícia.
No controle de qualidade do produto são avaliadas características físico-químicas, contagem bacteriana (CBT), contagem de células somáticas (CCS),  ausência de microrganismos patogênicos, de conservantes químicos, resíduos de antibióticos, pesticidas e outros componentes químicos.



A SAÚDE DO REBANHO



Controle sanitário através de vacinação periódica contra doenças obrigatórias como as aftosa e brucelose e outras como a raiva bovina e exame de tuberculose;
Controle dos parasitas internos e externos;
Controle total do rebanho a ser tratado através do monitoramento dos medicamentos e do tempo de carência quando o tratamento é feito em vacas lactantes;
O animal tratado tem toda a sua produção de leite afetada, mesmo que esse tratamento seja feito em apenas em um dos quartos mamários. Respeitar a carência do medicamento é a única maneira de assegurar que o leite esteja totalmente livre dos resíduos.
Lembre-se, o leite de apenas uma vaca em tratamento pode contaminar todo o leite do caminhão.

CONTAMINANTES NO LEITE




Sombra e água fresca
Durante décadas a fio o pecuarista brasileiro acreditou que raça bovina para ser considerada rústica tinha que aguentar ser criada debaixo de sol forte e muito calor. Pois é, se existe alguém que ainda comunga desse pensamento, pode começar a rever seus conceitos. Uma pesquisa inédita, realizada pela FAZU – Faculdade de Agronomia e Zootecnia de Uberaba, MG, em parceria com a Tortuga, mostrou exatamente o contrário.

O experimento, conduzido pelo professor Alexandre Bizinoto da FAZU, consistiu em fornecer, sombreamento artificial para um lote de machos, criados a pasto, deixando um outro lote, de igual número e espécie animal, exposto ao sol. Outra variável analisada pela pesquisa foi o fornecimento de minerais, na forma orgânica, apenas para um lote, ficando o outro com

suplementação mineral iônica. Ao todo participaram do experimento 20 animais, sendo 10 machos Nelore e 10 machos Holandês, divididos em quatro grupos de cinco animais, classificados da seguinte forma: T1 = Suplementação mineral com fonte inorgânica de cromo, sem sombra; T2 = T1 mais sombra; T3 = Suplementação mineral com fonte orgânica de cromo, sem sombra e T4 = T3 mais sombra.

O pesquisa que foi iniciada em 19 de fevereiro de 2004, durou 420 dias, tendo seu encerramento, em 20 de janeiro de 2005, na fazenda escola da FAZU. Segundo Marcos Baruselli, técnico da Tortuga que acompanhou o desenvolvimento do trabalho, os resultados demonstram que o ganho de peso dos animais da raça Nelore, que tiveram acesso à sombra, foi 28,9% maior sobre os não sombreados. O trabalho mostrou para o pesquisador duas coisas que ele considera de fundamental importância: a primeira é que o cromo orgânico funciona satisfatoriamente para animais que enfrentam situação de stress térmico e segundo que a pesquisa só confirma uma realidade já conhecida dos técnicos de campo, que, mesmo o animal zebuíno, perde potencial quando deixado sobre condição de stress por longos períodos. “Entre os grupos suplementados com cromo na forma orgânica a superioridade foi manifestada, pelo ganho de peso 43,9% maior. O ganho de peso também foi maior para o lote de animais com acesso à sombra e a suplementação mineral orgânica”, destaca Baruselli, que destaca a eficácia do cromo na suplementação apenas para animais que estejam na fase de recria, sofrendo uma situação de desgaste físico.

O técnico busca ilustra sua orientação com situações reais vividas na região do Brasil Central, onde, durante a estiagem a temperatura chega a 40 ºC e a umidade do ar é baixíssima. “Nessas condições o sombreamento é quase que condição de sobrevivência”, exclama. “Sabe-se que o estresse térmico é um forte condicionante da produção animal e quando a temperatura ambiente estiver acima da faixa de conforto, com comprometimento, inclusive das funções básicas do animal estressado” destaca o pesquisador que apresenta um dado sobre a condicionante do bem estar animal, sendo atingido dentro de uma faixa de temperatura que vai de 10 ºC a 32 ºC graus no caso de zebuínos e 13 ºC a 18 ºC graus no caso de animais taurinos.

Bizinoto aponta que a ausência de sombra na criação de bovinos a pasto está associada a fatores limitante da produção como: desconforto térmico, dificuldade de dissipação do calor excedente e aumento do calor endógeno. Segundo ele, nessas condições, as alterações fisiológicas negativas mais comuns, incluem, o aumento da freqüência respiratória; aumento da sudorese; aumento do batimento cardíaco; diminuição da ingestão de matéria seca; diminuição da conversão alimentar; eliminação via fezes, urina e suor de grande quantidade de minerais, além do menor crescimento corporal e maior susceptibilidade às enfermidades. Baruselli fala que durante o experimento foram coletadas amostras de sangue que mostraram um aumento na concentração do hormônio Cortizol na corrente sanguínea dos animais estressados. Essa substância, em quantidades elevadas e, durante muito tempo, pode levar a perda da capacidade imunológica do animal, facilitando a entrada de doenças e outros males no rebanho”, conclui.
Consumo de suplementação aumenta sobre stress
Uma outra avaliação que na opinião do especialista é de grande interesse zootécnico e econômico diz respeito ao consumo de suplementos minerais. O experimento mostrou que o lote T4, que teve sombra, consumiu 12,4 % menos suplemento mineral do que o lote T3, deixados no sol (150,37 g/dia X 169,06 g/dia para os lotes T4 e T3, respectivamente). O maior consumo de suplementação mineral apresentada nos animais expostos ao sol pode ser explicado pela maior exigência em minerais desses animais estressados, esclarece Baruselli, citando dados publicados pelo National Research Council – NRC, 1997, que estabelece as exigências nutricionais de bovinos de corte.

No estudo foi usada suplementação mineral orgânica, adotada a partir de fontes denominadas de complexo metal - polissacarídeo, no caso carboquelato de cromo na dose de 40 mg/kg de produto, fornecido a vontade por meio de cochos de minerais. Um resultado interessante da pesquisa confirma a redução na ingestão de matéria seca entre 20 e 30 % pelo bovino sob estresse térmico, relacionando este fato também à qualidade do alimento ofertado, enfatiza Baruselli, destacando que o uso da suplementação com minerais orgânicos permite uma melhor e mais rápida reposição das perdas de minerais ocorridas em função do estresse, o que ajuda o animal a restabelecer rapidamente suas funções basais. “Além disso, a suplementação de cromo na forma orgânica potencializa a ação da insulina, interferindo de forma positiva no metabolismo da glicose, com benefícios zootécnicos significativos”, como mostrou a pesquisa.
Fazenda alia paisagismo natural e eficiência produtiva
Manuel Cintra, gerente de uma fazenda localizada em Itapira, SP, responsável por administrar um projeto de seleção e manter uma condição de equilíbrio dentro da criação. Devido à localização privilegiada da fazenda, numa região onde as florestas são abundantes, Cintra diz não se preocupar com a construção de sombrites. No entanto, andando pelos 67 piquetes espalhados pelos 198 hectares de área usada com pecuária na fazenda, são incontáveis as árvores, das mais variadas espécies, que servem de sombra natural aos animais. “É debaixo delas que nos momentos críticos do dia os animais buscam abrigo para fugir do sol forte e do calor”, exclama o administrador, contando que, desde que chegou à fazenda, há cerca de 11 meses, já foram plantadas mais de 300 mudas em substituição as árvores que vão morrendo.

O sistema é de criação intensiva a pasto, fato comum às propriedades de criação pelo país, destaca Cintra, mostrando que isso valoriza ainda mais esse trabalho que envolve profissionalismo e uma dedicação individual aos animais. E o reflexo pode ser visto nos índices de produtividade do rebanho que na última estação de monta atingiu um índice de prenhes confirmada superior a 90% das fêmeas e uma desmama aos 210 dias com peso médio de 230 quilos, para bezerros machos e fêmeas, ele diz.
Sombreamento pode ser natural ou artificial
O problema do desmatamento provocado pela expansão agropecuária das últimas décadas se tornou hoje o principal limitante para os pecuaristas das regiões Norte, Nordeste e parte do Brasil Central oferecer sombreamento natural aos rebanhos. Em regiões onde essa devastação foi mais acentuada como o Norte, Nordeste a parte do Brasil Central, onde os chamados correntões e as queimadas não deixaram uma só árvore de pé, abrindo espaço para pastagens e lavouras de exploração anual, tendo o caso mais famoso a soja.

Na opinião do técnico que acompanha projeto de criação em todos os cantos do país, infelizmente, esse conceito de exploração extrativista da natureza ainda é muito forte em algumas regiões. Hoje a orientação é para o proprietário de terras preserve uma área dentro da propriedade como reserva legal. Além disso, outras ações como o plantio de árvores dentro do pasto é apontado como manejo estratégico para garantir o bem estar dos animais em regime extensivo de pastagem.

Baruselli mostra que basta o pecuarista usar alguns pontos dentro da pastagem, que pode ser um canto de cerca, para plantar uma porção de árvores. Durante alguns meses o local deve ser cercado para evitar que os animais destruam as mudas. É importante que seja respeitada uma distância de 4 a 5 metros entre uma árvore e outra o que para dez mudas o produtor vai reservar cerca de 50 m². “Dentro de poucos meses essa área vai se transformar em pequenos bosques dentro da propriedade, o que, além de garantir o sombreamento necessário ao bem estar animal, vai valorizar e muito a propriedade”, observa. “Isso sem falar na parte paisagística que também conta pontos a favor do imóvel rural”, conclui o técnico.

No experimento foram usados sombreamento artificial, a partir da construção de sombrites de 3,4 metros de altura e com 18 m2 / animal. Essas estruturas bastante simples, pois, utilizam apenas tela preta comum e madeira são indicadas para os casos emergenciais onde o criador não possui sombreamento natural e precisa resolver o problema no curto prazo. Os resultados mostraram que essas lonas reduzem até 80% da radiação solar.

Entretanto, ambos os especialistas dizem que a árvore ainda é a melhor opção para o criador pelo baixo custo e por melhorar os ecossistemas, em áreas de altos índices de degradação. “Por isso é importante que o criador crie o hábito de plantar árvores”, destaca Baruselli alertando para o fato da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral, CATI, da Secretária de Agricultura do Estado de São Paulo oferecer mudas de árvores nativas, muitas ameaçadas de extinção, gratuitamente. “Em outras localidades, fora do estado de São Paulo, é importante que o produtor procure informações sobre esses viveiros de mudas, nas casas de agricultura e sindicatos rurais”.
Fonte de informação: http://www.revistarural.com.br/edicoes/2006/Artigos/rev100_sombra.htm

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